sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cyrtopodium andersonii



Espécie rupícola ou terrestre que vegeta em quase todo o Brasil, em regiões montanhosas. Planta com pseudobulbos grandes, de 40cm de altura, fusiformes, com parte inferior mais estreita, sustentando folhas alternadas, lanceoladas, de cor verde-claro e de até 50cm de comprimento. Inflorescências de até 1 metro de altura, ramificadas portando até 50 flores. Flor de 3cm de diâmetro, com pétalas e sépalas amarelo-esverdeadas. Labelo mais amarelo. Floresce na primavera.


Cyrtopodium , muitas vezes abreviado Cyrt em horticultura , é um gênero de mais de 40 espécies de epífitas e terrestre orquídeas encontradas a partir da Flórida e México através Argentina . Eles aparecem para formar uma linhagem distinta na tribo Cymbidieaejuntamente com seus parentes Galeandra e Grobya , o grupo forma o Cyrtopodium aliança , seja colocado na subtribo Catasetinae ou separados como subtribo Cyrtopodiinae .
espécie tipo é C. andersonii , originalmente descrita em 1812 por AB Lambert como Cymbidium andersonii , e em 1813 usado por Robert Brown para erguer seu novo gênero Cyrtopodium .

Catasetum uncatum


Espécie pernambucana com pseudobulbos fusiformes e alongados, com 25cm de altura. Folhas compressas lateralmente, com espessura mediana e 25cm de comprimento. São acuminadas e com nervuras espessas e longitudinais.
Racimos florais masculinos, arqueados, com até oito flores. Flor de 8cm de diâmetro, com pétalas e sépalas verdes, densamente pintalgadas de púrpura. Labelo carnoso, de cor verde, com bordas púrpuras. Floresce no verão.



O pH dos substratos

Muita gente já ouviu falar em pH, mas não tem idéia de como isso pode influenciar no desenvolvimento e saúde das orquídeas, independente da espécie. Alguns orquidófilos até se preocupam com o pH da água usada para irrigar as plantas e entendem como isso pode ser medido e controlado, mas se esquecem que o substrato em que a planta está fixada também fica sujeito a alterações importantes.

Em primeiro lugar, devemos esclarece o que é o pH. Voltando aos princípios básicos da química, encontramos a definição de pH (potencial hidrogeniônico) como um número que varia de zero a 14, e indica se uma solução aquosa é ácida, neutra ou alcalino e para a concentração igual a sete, temos um meio neutro.

De acordo com Marco Pólo Campos de Carvalho, professor de Botânica com doutorado na área de Fitosanidade, o pH do substrato interfere diretamente na absorção de macro e micro nutrientes pela planta. " Se o pH estiver muito alto ou muito baixo, 'trava' a absorção de certos nutrientes, ou seja, impede a planta de absorve-los".
Um exemplo é o nitrogênio presente no substrato, que apenas será absorvido pela planta se o pH deste meio estiver entre 6 e 8. Fora desse intervalo, a orquídea não absorverá o elemento responsável pelo seu crescimento.

O professor Carvalho nos fala sobre um erro comum de orquidófilos que, preocupados com a nutrição de plantas, começam a adubá-las em excesso e se esquecem que o pH interfere no aproveitamento dos nutrientes pela planta. " Adubam em doses cada vez maiores até que um dia o excesso de nutrientes causa intoxicação radicular e morte da planta. Então devemos sempre ter cuidados em medir o pH do substrato, a fim de garantir às nossas plantas a completa absorção de todos os nutrientes oferecidos para que assim possam crescer sadias, vigorosas e plenas".

Mesmo que o pH de alguns substratos pareçam ideais para o cultivo de orquídeas, é importante que os níveis sejam verificados periodicamente, já que a adubação e a água usada na irrigação podem interferir na qualidade do substrato. Para o professor Carvalho e o orquidófilo Maurício, existe um método simples e barato para que isso seja feito.

Medindo o pH do substrato

Antes de começar o processo de medida do pH, vamos precisar de alguns materiais:
  • Água com pH neutro em quantidade suficiente para regar o vaso em que o substrato será analisado. Se tiver dificuldades em saber se a água utilizada é neutra, basta coletar o líquido de qualquer torneira de sua casa e deixar descansando em recipiente aberto por ate 36hs. Esse procedimento permite que o cloro existente na água seja evaporado.
  • Recipiente limpo (balde, bacia, tigela etc) para coletar a água.
  • Kit para medir pH (pode ser encontrado em lojas que vendem produtos para piscinas ou mesmo em lojas especializadas em aquarismo).
O método é simples. Regue o substrato que será analisado até que a água comece a escorrer pelos fundos do vaso. O excedente que sair, efeito da lavagem do substrato, deve ser coletado para a análise seguindo as instruções do kit escolhido para medir o pH. Todos os produtos que fazem medições de pH possuem tabelas de cores indicativas para que você saiba o resultado, considerando um escala numérica que varia de acordo com cada fabricante.
Professor Carvalho lembra que este é um experimento. " Há algumas controvérsias, mas é o método mais simples e dá um valor aproximado, pelo qual o cultivador pode situar-se e tomar as devidas providências e precauções".
Ácido ou alcalino, o que fazer?
Com o resultado em mãos o orquidófilo saberá, mesmo que de forma aproximada, qual é a condição do substrato em que sua planta está fixada. Se o resultado for extremo - ou muito ácido (pH menor que 7) ou muito alcalino (pH maior que 7)-, alguma medida deve ser tomada para que a orquídea tenha seu equilíbrio restabelecido e volte a absorver os nutrientes presentes no substrato de forma adequada.
Existem produtos que fazem a correção do pH. Uma forma simples é adicioná-los na água utilizada para irrigação, que sempre deve ser neutra, e continuar com as medições do pH quinzenalmente observando a evolução.
"Se o substrato estiver muito ácido utilizamos a amônia, se estiver muito alcalino utilizamos o ácido fosfórico ou então a mistura de substratos pode auxiliar nesse controle. Se temos um substrato muito ácido, podemos acrescentar vermiculita e se estiver muito alcalino utilizamos o sphagnum para a correção", sugere o orquidófilo Maurício.
Indice de acidez/salinidade - pH
  • Casca de arroz carbonizada - 6,5 a 7,0
  • Casca de pinus - 4,0 a 4,5
  • Fibra de coco - 5,5 a 6,0
  • Fibra de xaxim - 4,0 a 5,0
  • Sphagnum - 3,5 a 4,2
  • Turfa - 3,5 a 4,5
  • Vermiculita - 7,5 a 8,5

Adaptação do texto de Maria Luiza Cestari e Patrícia Magrini

Curiosidades - Orquídeas e seu cheiros

Cítricos, mentolados ou amadeirados, forte ou fraco, lembrando aroma de chocolate, baunilha, coco ou cravo e canela. Os perfumes também encantam, assim como as formas diferenciadas e as cores exuberantes. Inegavelmente, as orquídeas são plantas sedutoras, que usam diferentes "armas", e a fragrância é apenas uma delas.

Essa "arma" é tão peculiar que não há gêneros que apresentem um aroma em comum. Cada espécie tem seu perfume único e diferenciado. Alguns gêneros possuem um grande número de espécies com características de maior perfume, como as Maxillaria. No entanto, cada espécie dentro deste gênero exala seu aroma característico.

Apolônia Grade, bióloga e moderadora da lista, Orquídeas - Mundo Orquidófilo de Alta Floresta-MT, identifica algumas fragrâncias utilizando referências do olfato humano. Segundo ela, a Cattleya loddigesii apresenta um agradável perfume da flor dama-da-noite. Um aroma cítrico bem pronunciado á noite é característico da Brassavola perrinii (foto a esquerda). Chocolate é o perfume marcante do Oncidium cherry baby fragance.

Oncidium cherry baby

O aroma de baunilha é comum a diversas espécies como a Cattleya gaskeliana, C. labiata, Vanilla planifolia, Vanilla pompona, dentre outras. Ela também cita o Oncidium pumilum, a Maxillaria cogniauxiana e Prothechea fragans, respectivamente, com fragrância de madeira de imbuia, compota de abacaxi e flor de laranjeira, entre tantas outras.

Mas cabe lembrar que também existem orquídeas de perfumes desagradáveis para o olfato humano. Apolônia aponta a Bifrenaria harrisoniae e a Bifrenaria tetragona que possuem cheiro de peixe fresco e a Cattleya mossiae que tem um aroma parecido com alho. Há também o Bulbophyllum fletcherianum (foto a direita) com o odor de carne em decomposição e o Coelogyne flacida que dizem cheirar "banheiro de rodoviária".
Bifrenaria harrisoniae

Na verdade, o perfume não deve simplesmente agradar ao homem. Ele é produzido para atrair os agentes polinizadores, que asseguram a reprodução da planta e, assim, a sobrevivência da espécie. Mas claro que sempre é bom aproveitar aquele cheirinho gostoso no ar que acaba atraindo a todos nós também!

Adaptação do texto de Fernando Oliveira

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Catasetum schmidtianum




Espécie epífita e robusta, com pseudobulbos alongados, de 20cm de altura, agregados e fusiformes. Folhas levemente compressas
dos lados e espessura mediana de 20cm de comprimento, acuminadas e com três nervuras espessas. Racimos florais arqueados, com 3 a 6 flores. Flor de 8cm de diâmetro, com pétalas e sépalas lanceoladas, de cor marron-bronzeado,
no lado exterior e branco amarelado, pintalgadas de púrpura, no lado interior. Floresce no verão.

Bifrenaria atropurpurea





Bifrenaria atropurpurea

Bifrenaria atropurpurea é uma espécie de orquídea epífita de crescimento cespitoso que só existe do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, no Brasil, onde habita florestas úmidas. Pertence ao grupo das Bifrenaria grandes, as quais nunca foram classificadas nos gêneros Adipe ou Stenocoryne. Pode ser facilmente reconhecida por suas flores comparativamente pequenas de cor púrpura com manchas amarronzadas e pelo calcar na base de seu labelo, que se curva ligeiramente para trás.

O gênero Bifrenaria tem sido tradicionalmente classificado na subfamília Epidendroideae, tribo Maxillariae, subtribo Bifrenariinae, no entanto os relacionamentos entre os vários gêneros desta tribo não estão bem definidos e mudanças são esperadas para os próximos anos. O gênero mais próximo de Bifrenaria é Rudolfiella. Outros gêneros relacionados são Teuscheria, Guanchezia, Hylaeorchis e Horvatia, e os mais distantes Scuticaria e Xylobium. Recentemente foi sugerida a unificação das subtribos Lycastinae, Maxillariinae e Bifrenariinae, no entanto, ainda não há consenso sobre o caminho a ser seguido. Ao contrário do que sempre se pensou, o relacionamento de Bifrenaria com todos estes gêneros da América Central parece indicar uma primitiva origem centro-americana e sua posterior disseminação até o sudeste brasileiro, onde encontrou campo fértil para sua diferenciação mais recente.
Em 2000, foram realizados os primeiros estudos moleculares mais completos das espécies de Bifrenaria. Dezesseis espécies deste gênero e seis de gêneros próximos foram estudas em busca da confirmação de seu posicionamento filogenético, bem como da delimitação das espécies e de cada um de seus grupos. Os resultados obtidos não permitem a aceitação do gênero Stenocoryne e, apesar de confirmarem a monofilia de Cydoniorchis, desaconselham sua aceitação sob pena de terem de ser criados seis outros gêneros para acomodar as quinze espécies restantes. Bem como discutem a conveniência de separar duas espécies tão similares e variáveis, com muitas formas intermediárias de difícil delimitação, como as B. charlesworthii e B. racemosa. É confirmado ainda o posicionamento da B. steyermarkii fora deste grupo.
Distribuição

As Bifrenaria existem desde o norte da América do Sul, uma espécie também em Trinidad, até o Rio Grande do Sul, no entanto divididas por duas áreas isoladas: a Floresta Amazônica, e a região da Mata Atlântica do Brasil. Esta última, onde dezessete espécies se fazem presentes, pode ser considerada seu centro de dispersão recente. A área montanhosa dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo é particularmente rica, com quinze espécies registradas. A Serra dos Órgãos no Estado do Rio de Janeiro é referenciada como habitat de catorze das Bifrenaria. No entanto sabemos hoje que algumas destas espécies são sinônimas, sendo mais provável que ali estejam cerca de onze espécies.
As espécies de flores grandes são mais comuns na região sudeste do Brasil, contudo, existem desde as áreas mais iluminadas do litoral até áreas montanhosas bem iluminadas dos estados de Minas Gerais e Bahia, desde quase o nível do mar até cerca de 2.000 metros de altitude, algumas espécies atingindo até o Rio Grande do Sul. Não há espécies deste grupo na Amazônia. Algumas espécies vivem apoiadas diretamente nas pedras do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro as quais podem ser observadas pelos passageiros que pegam o bondinho. Os centros recentes de irradiação deste grupo são a zona litorânea da Serra do Mar e as altas serras de Minas Gerais. A espécie mais comum deste grupo, dispersa desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, é a B. harrisoniae.
As espécies menores, do grupo Adipe, são mais comuns em áreas menos iluminadas e mais úmidas, podendo ser encontradas de 300 até cerca de 1.600 metros de altitude.5 Seis espécies são nativas das montanhas da Serra do Mar e seus braços, local considerado o centro de dispersão das espécies pequenas. Apenas três espécies habitam a Amazônia, a Bifrenaria venezuelana, B. longicornis e a B. steyermarkii, nenhuma delas em altitudes acima de 1.450 metros, apesar de serem muito mais comuns em baixas altitudes. A espécie mais comum é a B. aureofulva, no entanto, pela conformação geográfica do território que habita, a B. longicornis é a espécie espalhada por maior área, atingindo a Colômbia, Venezuela, Peru, Suriname, Guianas, Trinidad e toda a área amazônica do Brasil.
Duas espécies parecem ser endêmicas de áreas bastante restritas: a B. silvana que foi descoberta em 1987 na Serra da Ouricana perto de Itororó, na Bahia e faz parte do grupo das espécies pequenas; e a B. verboonenii, descoberta em setembro de 1995 na Serra do Cipó, próximo a Diamantina, em Minas Gerais, do grupo das grandes.
Discrição
As Bifrenaria são plantas de crescimento simpodial que variam entre 10 e 60 centímetros de altura, geralmente bastante robustas. As qualidades comuns a todas as espécies, necessárias para serem classificadas neste gênero são: apresentarem raizes carnosas de seção redonda com espesso velame; pseudobulbos tetragonados, igualmente carnosos, de internodo único, normalmente guarnecidos por bainhas secas na base, e uma só folha no ápice, excetuada a Bifrenaria steyermarkii, que ocasionalmente apresenta duas; folhas plicadas nervuradas, de consistência coriácea, porém normalmente maleáveis e não muito espessas, com pseudo-pecíolo de seção redonda na base; inflorescências basais, ou seja, que brotam da base dos pseudobulbos, não de suas extremidades, comportando geralmente até dez flores e muito raramente ultrapassando o comprimento das folhas.8
As flores de Bifrenaria são perfumadas ou apresentam forte odor, têm sépalas um pouco maiores que as pétalas, as sépalas laterais são unidas na base, com o pé da coluna originando um calcar de extremidade truncada; labelo de formato variável, frequentemente piloso, articulado com a coluna, no centro dotado de calosidade canaliculada longitudinal muitas vezes apresentando uma garra na base; coluna levemente arqueada, geralmente sem asas ou outros apêndices, dotada de pé onde se prende o labelo; apresentam dois estipes muito longos, raramente um, pelo menos duas vezes mais longos que largos, com viscídio proeminente, caudículos definidos e retináculo em posições invertidas; quatro polínias rígidas superpostas, protegidas por antera decídua incumbente. As cápsulas são verdes, eretas ou pendentes, demoram cerca de oito meses para amadurecer e comportam centenas de milhares de sementes amareladas ou amarronzadas, alongadas, medindo até 0,35 milímetros de comprimento.
Entre todas as citadas acima, a principal característica que distingue Bifrenaria dos gêneros próximos está na presença do esporão ou calcar com extremidade obtusa ou truncada de suas flores. Também são características importantes seus pseudobulbos com quatro lados mais ou menos visíveis e folhas únicas, nervuradas, pseudo-pecioladas; além da inflorescência sempre racemosa brotando da base do pseudobulbo maduro, com duas a dez flores.
Pouco se sabe sobre a polinização das espécies de Bifrenaria, aparentemente os únicos registros sobre este assunto existentes na literatura relatam a presença de polinários de algumas das espécies grandes observados nas costas de machos de abelhas Eufriesea violacea (Euglossini) Euglossinae, e de Bombus brasiliensis (Bombini). Apesar de não haver informações sobre a observação direta da polinização de suas flores, um estudo publicado em 2006 analisou a micromorfologia do labelo de espécies de Bifrenaria em busca de substâncias possivelmente utilizáveis pelos insetos como alimento. A ausência destas substâncias na composição da superfície densamente pubescente da maioria das Bifrenaria de fato indica a possível polinização por abelhas grandes como as citadas acima. Outro indicador desta possibilidade é o forte odor exalado por algumas espécies, por exemplo, a B. tetragona, similar ao de outras flores polinizadas por estas abelhas. As espécies pubescentes menores podem ser polinizadas por abelhas menores e as que apresentam menos pelos e coloração acentuada, como a B. aureofulva, por beija-flores.
Cultivo
 Depois de aclimatadas as Bifrenaria são plantas razoavelmente fáceis de cultivar, devem ser plantadas preferencialmente em vasos de barro sobre substrato de fibras vegetais muito bem drenadas, pois suas raízes e pseudobulbos apodrecem com facilidade se mantidos úmidas por muito tempo. Conforme mencionado acima, e em acordo com a origem de cada espécie, três são os ambientes necessários para cultivar estas plantas com sucesso. As espécies grandes necessitam de mais luz que as restantes. As espécies pequenas, do sudeste do Brasil, devem ser cultivadas na mesma temperatura média das grandes, porém submetidas a 10 a 20% menos luminosidade. As espécies da Amazônia precisam de temperatura e umidade maiores e mais constantes que as outras. Todas as espécies devem ser regadas e adubadas com maior frequência durante seu período de crescimento.